Buscando passar uma imagem técnica no Senado, presidente do Banco Central evitou falar sobre política fiscal, mas deu a entender que novo arcabouço mira na receita e não no corte de despesas
postado em 25/04/2023 20:42
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a queda dos juros depende da redução da expectativa de inflação. Para ele, algumas reformas importantes foram feitas pelo parlamento, mas é necessário uma reforma administrativa para reduzir o gasto público no Estado.
“Não é tarefa do Banco Central falar sobre o fiscal, mas quando o plano fiscal é mais de corte de despesas, ele tem mais efeito sobre a inflação, quando é mais sobre receitas, tem menos efeito”, disse nesta terça-feira (25/4), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.
A fala de Campos Neto em resposta ao senador pelo Distrito Federal, Izalci Lucas (PSDB), que criticava o projeto do novo arcabouço fiscal que, segundo ele, permitirá ampliar a dívida pública. “Eu também fiquei entusiasmado com a demonstração do plano da nova âncora fiscal do governo, mas quando veio o texto não é exatamente aquilo que foi colocado”, disse o senador pelo DF.
Evitando criticar o governo, Campos Neto disse logo depois que o projeto do arcabouço apresentado na semana passada pelo governo é “o caminho a ser seguido”.
“Foi um movimento na direção certa. Gostaria de dizer de novo, voltando ao evento da Inglaterra, que não tem bala de prata. É muito difícil um país seguir o regime de metas que a gente segue sem ter um regime de disciplina fiscal. Entendemos que esse é o caminho a ser seguido”, disse o presidente da autarquia.