Segundo ministra da Saúde, governo anterior deixou as equipes de saúde familiar sem a atuação de quatro mil médicos em regiões vulneráveis, incluindo territórios indígenas. Novo Mais Médicos contará com 15 mil vagas
(crédito: Lula Marques/ Agência Brasil)
Durante relançamento do Mais Médicos, nesta segunda-feira (20/3), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que a carência de profissionais de saúde em regiões remotas do país foi piorada no governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo ela, mais de quatro mil equipes de saúde sem médicos atuam em regiões vulneráveis do país, incluindo o Território Indígena Yanomami. Por isso, ainda no primeiro semestre de 2023 serão ofertadas cinco mil vagas da versão repaginada do programa ainda em março. E outras 10 mil vagas serão oferecidas em um formato que prevê contrapartida dos municípios.
“(O programa) Foi descaracterizado nos últimos 6 anos e a proposta do governo anterior não garantia médicos onde mais se necessitava. O ano de 2022 finalizou com mais de 4 mil equipes da saúde da família sem médicos, o pior cenário em 10 anos, afetando principalmente as áreas e as pessoas em situação de vulnerabilidade”, disse a ministra, em cerimônia no Palácio do Planalto, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
É fundamental que a retomada do programa seja feita agora, já que os contratos com cerca de 2.500 médicos serão encerrados em junho deste ano. “Por isso, é necessário prorrogar a permanência desses profissionais que têm tido a maior média de permanência na saúde da família”, explicou.
Além das cinco mil vagas ofertadas agora, serão abertas mais 10 mil no segundo semestre do ano. “Essas vagas contam com a contrapartida dos municípios brasileiros: os que já estão em programas de provimento terão a continuidade das atividades e os que ingressarem no Mais Médicos terão incentivos para a realização para a prova de título da sociedade médica”, complementou.
Para a ministra não adianta apenas lançar o programa, mas ter uma visão integral dele e resolver as questões que levam os profissionais à desistência. “Os participantes têm solicitado desligamento por três principais motivos: busca de outras ofertas de formação, por isso estamos respondendo com programas de formação, residências, mestrados profissionais, especializações; demandas familiares; e oportunidades profissionais. Precisamos ter essa visão integral do programa”, afirmou a ministra.