Puxado por soja e milho, setor deve avançar entre 7% e 8% no próximo ano

Após recuar em 2022, a agronegócio deve voltar a crescer e a ser o motor – talvez o único – da economia em 2023. O Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), calcula que o PIB do setor avançará 8% no ano que vem, depois de encolher 2% em 2022. Se o número projetado se confirmar, será o maior crescimento do setor desde 2017, quando a alta foi de 14,2%. Já o Santander, que espera queda de 0,3% para este ano, estima expansão de 7,5% para o próximo.
Parte do resultado positivo estimado para 2023 será apenas efeito da comparação com um 2022 fraco, explicam os economistas. Por outro lado, a safra esperada para o próximo ano deve ser recorde, o que justifica uma projeção otimista. Dados de prognóstico de produção agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a safra de grãos, cereais e leguminosas deve alcançar 293,6 milhões de toneladas em 2023, o que significará um aumento de 11,8% na comparação com 2022.
Para o Ibre, o setor será o único a crescer de forma expressiva no próximo ano, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do País deve ficar praticamente estagnado. “Nossa projeção de PIB está abaixo do mercado. Tem casas que apontam 1%. Nós estamos com 0,2%, isso com o agro, que é 10% do PIB, avançando 8%. Então projetamos uma queda pesada da atividade em geral”, diz Marina Garrido, economista do Ibre.
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A alavanca da economia, portanto, deverá ser principalmente a soja e o milho. O economista Gabriel Couto, do Santander, lembra que a safra de milho de 2021 foi comprometida pela seca e que, em 2022, o problema foi com a soja. A expectativa agora é ter safras boas de soja e de milho. “Se tivermos a safra de soja cheia, que é o que esperamos, isso impulsionará o PIB agrícola.”